Hoje vou dedicar este post ao José Maria. Não é suposto, nem a intenção deste blog expor os nossos problemas familiares, as nossas dificuldades financeiras, mas sim contribuir com informação que poderá ser útil para outros pais, que vivem num ambiente familiar parecido ao nosso.
Mas não posso deixar de partilhar isto, e desejar que um dia o José consiga entender todas as minhas decisões, todas as minhas prioridades, e não se sinta ele um menino diferente, por ter um irmão diferente...
Mais uma vez, fui obrigada a fazer uma escolha. Entre as terapias do João e entre a "educação" do José... mais uma vez coloco-me numa situação de escolha injusta.
Mas não posso deixar de partilhar isto, e desejar que um dia o José consiga entender todas as minhas decisões, todas as minhas prioridades, e não se sinta ele um menino diferente, por ter um irmão diferente...
Mais uma vez, fui obrigada a fazer uma escolha. Entre as terapias do João e entre a "educação" do José... mais uma vez coloco-me numa situação de escolha injusta.
Ter uma criança diferente, acrescenta significativamente experiências únicas, mas também cria situações de muito stress.
Viver com uma criança diferente influencia toda a rotina diária numa familia e o relacionamente entre todos.
Tenho uma grande responsabilidade e influência na forma como o José vive a experiência de ter um irmão diferente. É exigido ao José aprender a ter mais paciência, ser mais tolerante, ter mais compaixão e ter de saber lidar com situações dificeis. É suposto ser positivo, pois no futuro poderá ajudá-lo a ter mais confiança quando tiver de enfrentar desafios dificeis. Tento fazer entender o José sobre a "deficiência" do João, e acho que tenho conseguido... o José já fala do irmão aos amigos, já tem confiança e já perdeu o complexo de ter um irmão diferente. Tento ser positiva e ajudá-lo com a situação... mas reconheço que nem sempre é assim tão fácil...
Sinto muitas vezes ansiedade no José, raiva, ciúme, perda e solidão... todas estas emoções são devido às barreiras que existem na relação entre eles. A comunicação, as brincadeiras são dificeis entre eles! Nem sempre, e a diferença tende a diminuir... e por isso mesmo, as minhas prioridades acabam sempre por ser em função do João.
A maior parte das vezes tomo partido do João. Inconscientemente, sem perceber se estou a errar ou não; peço, frequentemente ao José para aceitar e até mesmo ajudar. Passo uma grande responsabilidade para o José, o que o obriga a crescer mais depressa e ele próprio sente-se na obrigação de aceitar esse papel de zelador.
Tento conseguir influenciar nesse relacionamento de uma forma positiva, mas não existe uma receita... uma receita de sucesso... mas todos os dias procuro encontrar estratégias de apoio - umas vezes com sucesso... outras nem tanto...
Tento conseguir influenciar nesse relacionamento de uma forma positiva, mas não existe uma receita... uma receita de sucesso... mas todos os dias procuro encontrar estratégias de apoio - umas vezes com sucesso... outras nem tanto...
* A primeira é dar-lhe toda a informação, para diminuir ao máximo a sua ansiedade. As terapias do João requerem muitos reforços positivos - elogiar e recompensar por cada etapa que ele alcança, por cada etapa de progresso. Esse reforço positivo é excelente para a auto-estima... e o mesmo devo e faço com o José. Todos os progressos, tanto de um como de outro são especiais. Mas o tempo e disponibilidade nem sempre me permite conseguir isso.
* Tento respeitar o tempo que o José precisa de ter só comigo. Sentir que é o centro das atenções. Quando o consigo é notável a diferença!
* Outra estratégia que resulta muito bem é ensinar o José a aprender como são feitas as terapias com o irmão e deixá-lo participar. O José sabe que quando elogia o João, consegue quase tudo com dele. Os jogos que faço, neste momento têm a sua participação. É muito engraçado, pois o José sente que é importante no desenvolvimento positivo do irmão, e o João também se sente mais motivado e estimulado porque o irmão também participa!
Mas o José também precisa do seu tempo... o seu tempo de ser criança.
* Muitas vezes o José é o alvo de toda a agressividade do João. Todos os seus comportamentos desafiadores são direccionados para e contra o irmão. Tento ao máximo proteger o José dessas situações, assim como os seus brinquedos mais importantes ;o)
Mas como mãe, muitas vezes custa-me a ouvir todo o discurso negativo do José sobre o irmão mesmo tendo consciência que o José precisa de tempo para trabalhar os sentimentos de paciência e compreensão... até eu muitas vezes me deparo a "contar até 10"...
* Sinto... sinto que o José precisa da oportunidade de viver a experiência de uma vida familiar normal... Sózinha é dificil... e acho que nunca será possivel...
Tento proporcionar ao máximo esses momentos. Vai dormir a casa de amiguinhos, participa em actividades diferentes na escola...
* Ao mesmo tempo também sinto que seria importante o José conhecer outros meninos que vivem e crescem numa situação familiar parecida à dele. Neste momento ainda não é possivel. Comprei dois livros: "Crescer com um irmão diferente" e "Tenho um irmão diferente", mas temos tido outras prioridades de leitura...
*Ao mesmo tempo vou preparando o melhor que sei o José para as possiveis reacções do irmão e como devemos lidar com elas.
* Tento respeitar o tempo que o José precisa de ter só comigo. Sentir que é o centro das atenções. Quando o consigo é notável a diferença!
* Outra estratégia que resulta muito bem é ensinar o José a aprender como são feitas as terapias com o irmão e deixá-lo participar. O José sabe que quando elogia o João, consegue quase tudo com dele. Os jogos que faço, neste momento têm a sua participação. É muito engraçado, pois o José sente que é importante no desenvolvimento positivo do irmão, e o João também se sente mais motivado e estimulado porque o irmão também participa!
Mas o José também precisa do seu tempo... o seu tempo de ser criança.
* Muitas vezes o José é o alvo de toda a agressividade do João. Todos os seus comportamentos desafiadores são direccionados para e contra o irmão. Tento ao máximo proteger o José dessas situações, assim como os seus brinquedos mais importantes ;o)
Mas como mãe, muitas vezes custa-me a ouvir todo o discurso negativo do José sobre o irmão mesmo tendo consciência que o José precisa de tempo para trabalhar os sentimentos de paciência e compreensão... até eu muitas vezes me deparo a "contar até 10"...
* Sinto... sinto que o José precisa da oportunidade de viver a experiência de uma vida familiar normal... Sózinha é dificil... e acho que nunca será possivel...
Tento proporcionar ao máximo esses momentos. Vai dormir a casa de amiguinhos, participa em actividades diferentes na escola...
* Ao mesmo tempo também sinto que seria importante o José conhecer outros meninos que vivem e crescem numa situação familiar parecida à dele. Neste momento ainda não é possivel. Comprei dois livros: "Crescer com um irmão diferente" e "Tenho um irmão diferente", mas temos tido outras prioridades de leitura...
*Ao mesmo tempo vou preparando o melhor que sei o José para as possiveis reacções do irmão e como devemos lidar com elas.
Ao mesmo tempo conseguir passar para ele que o amo muito, e todas as decisões tomadas não são porque ele é menos importante na minha vida, mas porque a vida é assim mesmo... não tenho alternativa...
5 comentários:
Olá Mamã Sofia, ao ler este Post, fiquei com a impressão que poderia ser um post meu. Tudo o q foi escrito passa-se na minha família, e à minha Madalena é sempre pedido mais, mais calma, mais paciência, mais maturidade, mais apoio....enfim, inevitavelmente acabamos por cair naqueles erros que sabemos que não deveríamos cometer, mas é assim. Não sei se o Livro q referiste chama-se algo como "viver com um irmão diferente", se foi esse tb já o li, mas pouca ajuda retirei dele.
Eu acho que já conheces o nosso cantinho (www.meus-baunilha-e-chocolate.blogspot.com), qd quiseres aparece e até pode ser que dê para nos conhecermos e pudermmos partilhar as nossa vivências.
Um grd beijinho
Cláudia,Madalena e Guilherme
Também eu tenho medo de passar para o Tiago uma responsabilidade grande de mais e injusta. Não tenho dúvidas que será um menino/Homem melhor por saber lidar com a diferença da mana, mas tudo tem o seu tempo e não podemos ceder sempre para o mesmo lado. Até nós por vezes temos dificuldade em compreender e aceitar a nossa missão, imaginem uma criança, que com 2, 7 ou 14 anos não deixa de ser uma criança.
É um bom tema para debater numa reunião de pais.
beijinhos
O ter um irmão diferente, é uma subcarga para os irmãos, mas que lhes vai dar uma preparação para vida e torna-los tbm eles pessoas diferentes e mais conscientes .Só espero que no futuro o estado não lhes cobre o terem um irmão diferente e os obrigue a assumir responsabilidades, para as quais não terão de todo essa obrigação.Eu só peço há minha filha, não que assuma o ter de ficar com o irmão, mas incuto-lhe a minha vontade, para que esteja atenta e não deixe que abusem ,da demasiada confiança que o irmão deposita nas pessoas...Portanto força para todos os irmãos destes seres humanos especias.
Bjs a todos
Gostei daquilo que li. Tenho um josé e uma maria. o josé tem uma perturbação grave no desenvolvimento e a maria desde que nasceu viu-se "obrigada" a viver com isto. Não tem sido facil. mas com o seu sentido de responsabilidade, a maria não larga o irmão para nada. Acho que tenho o mesmo problema mas ao contrario: Em vez de nao querer o irmão a maria e demasiado super-protectora com o irmão. isto causa-lhe alguns problemas porque não podemos mudar a mentalidade das pessoas em relação a estas crianças; mas a maria ainda tem a ilusão propria das crianças de que pode mudar o mundo e fazer com que aceitem o irmão. Por isso parabens mãe. Ninguem disse que isto e facil mas no final compensa.
Gostei daquilo que li. Tenho um josé e uma maria. o josé tem uma perturbação grave no desenvolvimento e a maria desde que nasceu viu-se "obrigada" a viver com isto. Não tem sido facil. mas com o seu sentido de responsabilidade, a maria não larga o irmão para nada. Acho que tenho o mesmo problema mas ao contrario: Em vez de nao querer o irmão a maria e demasiado super-protectora com o irmão. isto causa-lhe alguns problemas porque não podemos mudar a mentalidade das pessoas em relação a estas crianças; mas a maria ainda tem a ilusão propria das crianças de que pode mudar o mundo e fazer com que aceitem o irmão. Por isso parabens mãe. Ninguem disse que isto e facil mas no final compensa.
Enviar um comentário