Nas minhas infinitas pesquisas sobre autismo, sempre na tentativa de saber mais e mais, para conseguir fazer melhor e melhor, encontrei esta imagem e achei maravilhosa!
Alguns insistem em dizer que este blog é um blog pessoal, em que é onde exprimo os meus sentimentos, as minhas emoções, mas continuo a afirmar que estão errados. Nem um jornalista consegue ser isento nas reportagens que faz, nos artigos que escreve. E eu sou humana, mas o objectivo deste blog não é expor-me como ser humano, mas sim de partilhar informação sobre este tema para que com o máximo de informação disponivel consigamos os melhores resultados possiveis.
Cada criança é um caso, cada criança tem as suas próprias caracteristicas, mas muitas vezes ao ler as experiências partilhadas por outros pais consigo ter "imaginação" para novas estratégias.
A existência deste blog não é para elogiarem o meu trabalho, não preciso que me dêm os parabéns pelo meu trabalho, não sou nenhuma vitima, não sou nenhuma heroína... esta é a minha missão, minha OBRIGAÇÃO como mãe.
E assim vou continuar... e aqui vou continuar a partilhar tudo o que sei, para quem achar que sai daqui a ganhar com a informação que disponibilizo - informação, estratégias, actividades, jogos didácticos, pec´s ...
O que constato é que autismo me parece um tema que está na moda. Ou é mesmo a sociedade que acordou para esta realidade? Não consigo ainda chegar a uma "conclusão"...
Se pergunto às pessoas se sabem o que é...
Autismo...??!!! Já não é uma palavra desconhecida. Mas não sabem o que é. Já ouviram num filme, numa revista... e depois a ideia que fica não corresponde à verdade. Pois esses filmes, esses artigos, dão a ideia que autistas são pessoas muito inteligentes em determinadas áreas, ou então que são pessoas fechadas no seu próprio mundo.
A verdade é que até eu tenho dúvidas!As únicas certezas que tive foi que aos 2 anos era suposto o João falar, conversar, rir... mas com 2 anos não falava, não brincava e isolava-se... tivemos sorte... alguém nos falou na possibilidade de o João ser diferente. Começou a ser colocada a hipótese do diagnóstico ser Autismo. Fomos bem reencaminhados e foi diagnosticado... a tempo de podermos fazer alguma coisa e de revertermos (minimizar!!) a situação.
Não existem curas, mas quanto mais cedo é feito o diagnóstico, quanto mais cedo começar a ser trabalhado e estimulado, maior a probabilidade da taxa de sucesso. E o factor sorte... nesta idade o diagnóstico não é definitivo... e eu acredito que o João vai sair deste diagnóstico...
Mas nem todos têm a nossa sorte... e quando se ouve a palavra autismo... ficamos assustados!
Porquê? Como? Qual é a causa? ... - apenas sabemos as consequências... a sociabilização fica comprometida, a comunicação... a imaginação!!!!
Mas com tudo isto, quero apenas defender o que muitos outros pais defendem. O que muitos outros educadores defendem. O que os próprios autistas, que com as suas limitações conseguem vencer e ultrapassar as dificuldades e barreiras que lhes vão surgindo...
RESPEITO.
Respeito pela diferença. A grande dificuldade que nos surge, já não são as dificuldades caracteristicas próprias do autismo, mas sim a aceitação, o respeito e integração na sociedade.
E como mãe de uma criança com estas caracteristicas, vou lutar e não vou baixar os braços.
E também mais uma razão para a existência deste blog...Desconhecemos as causas... mas com o avanço da medicina, fica a esperança de conhecermos mais, e permitir fazer um diagnóstico o mais cedo possivel... e assim o mais cedo possivel trabalharmos.
No meio do "azar" temos sorte... o caso do João não é dos mais graves.
Existem autistas que não falam, não olham, não mostram interesse nos outros... o João passou por esta fase, mas felizmente, como muitas vezes o descrevo, essa fase está ultrapassada! Dizem os especialistas: autistas de alto-funcionamento. Se é isso ou não, não vou confirmar, pois não foi esse o diagnóstico dado, mas a verdade é que o João já fala, mostra interesse em aprender e está com menos dificuldades na integração, e acredito que vai conseguir especializar-se numa profissão e criar vinculos com as pessoas.
O que me deixa mais revoltada é que tudo isto é possivel, seja qual for o grau... basta ter um tratamento acompanhado por profissionais competentes, credenciados, com conhecimentos especificos nesta áera e é possivel desenvolverem todas as suas potencialidades para lhes permitir serem o mais independentes possiveis.
É um direito que têm!
Mas não é a nossa realidade.
No caso do João com a grande ajuda de familiares (avós maternos) temos conseguido esse apoio, e não baixamos os braços... e os resultados estão à vista. E por isso não desistimos, e será sempre o nosso grande investimento!
Infelizmnte nem todas as crianças têm uns avós como têm os meus meninos. Muitas vezes não se trata de capacidade finaceira, mas de sacrificios financeiros que são capazes de fazer para que isto seja possivel. E aqui tenho de reconhecer, tenho de me expor, somos uns priveligiados!
É dificil entender quando vemos uma criança a gritar, sabe-se lá porquê, sem expressão, e passar por cima de tudo que lhe aparece à frente... não se comporta como a sociedade exige que se comporte... e por isso é rejeitada... e em vez de estarmos a ajudar, estamos a piorar...
Não é por escolha própria que brinca sózinho, não é tímido nem calado. Não é uma criança dificil, nem mimada.. Não são acessos de raiva por qualquer coisa que quer... é dificil entender isto... eu própria tenho dificuldade em entender.
A experiência já me permite perceber e compreender quando o é ou não... mas quando somos "ignorantes" na matéria, não podemos logo rejeitar e excluir!
Só quero que a mensagem passe... e que com ela se consiga que sejam aceites como são, com as suas caracteristicas próprias, mas não deixam de ser individuos, um ser humano, com capacidades, com sentimentos e como tal merece respeito como individuo que é... mesmo sendo autista!
Apenas temos de aceitar o que é diferente. E infelizmente a nossa sociedade, hoje e sempre, as diferenças incomodam o ser humano.A sociedade rejeita o que é diferente na forma de agir, no pensar, como se comporta, seja essa diferença física ou mental.Isto tem uma explicação. Faz parte da natureza. O animais também o fazem. Rejeição do que é considerado uma fragilidade da espécie. Mas nós temos o privilégio de sermos animais racionais! Por isso capazes de aceitar e tolerar.E eu no meu papel de mãe... tento divulgar ao máximo e consciencializar sobre o tema.
... PASSO AGORA A PALAVRA... ;o)