Não foi por acaso que a ONU (Organização das Nações Unidas)
decretou o dia 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), desde
2008.
Em alguns países é um dia que não passa despercebido: a data
é recordada com iluminação em azul, a cor definida para o autismo. No Brasil, por exemplo, monumentos importantes, tal como, o
Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
No resto do mundo, outros pontos importantes acendem a ‘luz azul’, como no ano
passado o prédio Empire State, em Nova York e a CN Tower, em Toronto.
Segundo a ONU, acredita-se que existem mais de 70 milhões de
pessoas com autismo - que afeta a
maneira como comunicam e interagem. A incidência é maior em meninos, existindo
uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo.
No ano passado, o presidente dos Estados Unidos fez um
discurso no dia 2 de abril, reforçando a importância desta data:
‘Temos feito grandes progressos, mas os desafios e as
barreiras ainda permanecem para as pessoas com espectro do autismo e seus familiares.
É por isso que temos aplicado os investimentos na pesquisa do autismo, deteção
e tratamentos inovadores - desde a intervenção precoce para crianças e os
serviços de apoio à família para melhorar o suporte para os adultos autistas’. Barack Obama ainda concluiu: ‘Com cada nova política para
romper estas barreiras, e com cada atitude para novas reformas, aproximaremos de
um mundo livre de discriminação, onde todos possam alcançar seu potencial
máximo.’
Em Portugal, é preciso alertar, sobretudo, o poder para a
criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do
autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico
precoce, e consequentemente iniciar uma intervenção precoce, pode oferecer mais
qualidade de vida às pessoas com autismo, para a seguir iniciar estatísticas na
área e ter uma ideia da dimensão dessa realidade em Portugal – e MUDÁ-LA!
Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais
graves, mas existem vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa
variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro, além de raros
casos com diversas habilidades mentais, como o Síndrome de Asperger (um tipo
leve de autismo) - atribuído inclusive a génios, tais como, Leonardo Da Vinci,
Michel Ângelo, Mozart e Einstein. Mas é preciso desfazer o mito de que todos os
autistas têm um ‘superpoder’ - os casos de genialidade são raríssimos!
A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco
sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e só em 1993 incluído na
Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde, como um
transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas pelo mundo fora tentam
descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura.
Mas atualmente apenas existem alguns tratamentos que podem
tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor.
Concluindo: tão importante quanto descobrir a cura, é
permitir que os autistas de hoje sejam incluídos na sociedade e tenham mais
qualidade de vida e respeito pela mesma.