domingo, 20 de fevereiro de 2011

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Consulta de Desenvolvimento 2011


4 de Fevereiro, consulta de Desenvolvimento.

E aqui estarei eu novamente a falar de um assunto que sei levantará polémica.


RITALINA


E lá fui eu mais uma vez pesquisar na Net, saber de mais informações, mais novidades... mas as polémicas continuam as mesmas, e temos efectivamente de analisar caso a caso cada criança, cada diagnóstico, e mentalizar-nos que nenhuma decisão é tomada de ânimo leve.

A decisão não foi tomada de um dia para o outro. E quem acompanha este blog, sabe que levei mais de um ano a aceitar a decisão dos médicos. E digo médicos, porque, jamais permitirei a mim própria e ao João que seja feito um diagnóstico precipitado. Foram feitos diagnósticos em vários contextos: familiar, escolar e extra-escolar. Mas foram vários os sintomas que persistiram e aumentaram.

O J. é acompanhado por uma equipa multidisciplinar fantástica, que como já disse em outros post’s; vai desde pediatra, pedopsiquiatra, psicólogo, neuropediatra, desenvolvimento e técnica de ensino especial. E foi no juntar toda a informação fornecida por mim e esta equipa, foi possível mais uma vez, chegar à conclusão que se chegou (com muita tristeza no meu coração!, com muita frustração interior...) – AUMENTO DA DOSE DE RITALINA

Antes de me colocarem a questão se não penso nos efeitos secundários a curto e longo prazo, ou se os estou a desprezar? ... penso que a minha tristeza e frustração responde a essa pergunta.

Mas pelas vias mais dolorosas, percebemos todos que o seu diagnóstico não é um exagero, não está a ser excessiva, face aos efeitos positivos que tem no J.


Estou de consciência tranquila, que foram feitos todos os diagnósticos adequados, que foi levantada toda a informação necessária, em diversos contextos, para não existir nenhuma margem de erro no diagnóstico. Pois para mim era muito importante ter a certeza que não seria necessário e conseguiríamos ultrapassar todas estas dificuldades sem a ritalina. Não foi só baseada com informação transmitida por mim, pelo contrário...

Não foi uma intervenção de primeira linha. O J. desde o diagnóstico que tem terapias comportamentais, que o poderiam ter ajudado a ‘controlar’ o seu comportamento hiperactivo, mas infelizmente, embora as mantenha, não têm tido o efeito desejado. E não estamos a falar de 6 ou 1 ano. Já as faz desde o inicio do diagnóstico!

Infelizmente, também o diagnóstico do J. não é somente défice de atenção e/ou hiperactividade. Estamos a falar de um menino que tem desde o incio e principal diagnóstico Perturbações Espectro de Autismo.


Existe polémica porque existe ou não prescrição indiscriminada, posso concordar com algumas situações, mas temos que entender que não é aplicável a todas! No J. os efeitos positivos visíveis têm sido a nível académico e equilíbrio emocional. Mas neste momento, talvez devido ao seu crescimento, já vai fazer 8 anos (!!!) a dose não está a surtir efeito algum. Sendo um tratamento sintomático, não tem efeito curativo (infelizmente), a acção sobre o cérebro só dura enquanto o comprimido faz efeito, isso não está a acontecer. Mesmo depois do comprimido, o J. continua instável, irrequieto, impaciente... não está a resolver nem a atenuar os sintomas característicos neste diagnóstico. Como tal, também não estamos a conseguir aumentar a sua qualidade de vida.


Polémicas, polémicas, mas a verdade é que lidar com este ‘problema’ diariamente é um dilema! Neste momento os efeitos secundários, são um mal menor, face ao que temos sem a medicação. Estou a falar da vida escolar e relacional do J. que está a ser destroçada, pela falta de efeito neste momento do medicamento.


Anteriormente, o J. não tomava ao fim-de-semana, nem em tempos de férias, mas mesmo sendo um verdadeiro caos tudo à nossa volta (J., eu e família), conseguíamos superar! Neste momento, pelo menos temporariamente, já não é possível também ‘abrir mão’ do medicamento ao fim de semana. Com uma dose mais reduzida que durante a semana escolar, mas neste momento é fundamental para o seu equilíbrio emocional próprio e dos seus à volta tomar a medicação. Claro que não vejo esta solução com bons olhos, mas não posso ignorar o bem que fez, quando tinha a dose correcta, face ao seu peso e idade na altura.


Existem associações e movimentos que nasceram para combater ou defender o uso ou o não uso deste medicamento.

‘Salvem as vossas crianças, NÃO LHES DÊEM RITALINA’ – respeito esta opinião, esta postura, mas não apontem o dedo, por favor!

http://www.ritalindeath.com/

http://forum.casa-indigo.com/topic.asp?TOPIC_ID=455


O J., assim como outras crianças, só conseguem sucesso escolar (e não falo de grandes sucessos!!!!) – o J. tem 8 anos e não sabe ler nem escrever... não tem noções abstractas de vários temas escolares e realidade!!! – sem a Ritalina o J. simplesmente não consegue estar atento, concentrado numa sala de aula.. e neste momento nem numa actividade do seu gosto – tão simples como uma ida ao cinema! Adora e conseguíamos concentração, mesmo sem ritalina, e neste momento... nem algo tão simples, como uma ida ao cinema é possível!


Antes, sentia-me perdida quando pesquisava sobre o assunto. Hoje sinto que a minha experiência como mãe, permite-me sentir tranquila na decisão. Frustrada e triste por não conseguir ajudar o J. sózinha! Mas tenho de aceitar, pois tudo é muito complexo, mas é uma realidade!


Continua com as terapias, mas infelizmente, também elas, por si só, já não são a solução!

Quem me dera poder estar aqui a relatar que o J. simplesmente está a passar uma fase normal para a idade, ou simplesmente é uma criança mal criada. Quis durante muito tempo acreditar nisso! ... mas não é a nossa realidade.


Se eu não confiar na equipa multidisciplinar à volta do J., em que me considero incluída, num neuropediatra, com tanto conhecimento como o Dr. José Carlos Ferreira... vou confiar no quê e em quem? - Bom, vou responder a esta pergunta de retórica: CONFIO EM MIM COMO MÃE!


NOTA: também risperidona teve de ser aumentada...