Hoje é um dia particularmente triste.
Tento conter as minhas lágrimas, mas em vão.
Tenho dentro de mim a pior das sensações como mãe: em causa
todas as minhas decisões tomadas até hoje!
Reunião de avaliação das 8:10 até 11:30 da manhã.
Uma reunião cheia de palavras emotivas, agressivas e por vezes com sentimento insultuoso.
“- Sou a única mãe que levanta problemas nas decisões que é
proposto pela ‘equipa’!”
Sem dúvida que era mais fácil tomar a decisão de aceitar e
permitir a sinalização do João com o artº 21 – CEI
Mas o que pretendo na minha vida, no futuro do João não é
facilitismo. Só queria somente que acreditassem como eu, pois é visível todo o
seu desenvolvimento. O que é preciso mais o João provar que é capaz? Só eu é
que vejo isso?
Como mãe não quero nem posso tomar decisões tão definitivas
que se refletem na vida futura do João e de uma forma irreversível. É uma decisão
que ficará marcado na sua vida para sempre!
Podemos ser um pouco realistas?
Estamos a falar de uma criança com um diagnóstico Espetro do
autismo e um atraso no desenvolvimento. Não é um diagnóstico de Síndrome de
Rett, Trissomia 21; não é uma criança com multideficiências!
Sou posta em causa por acreditar no João, por querer dar uma
oportunidade?
Conclusão: o João não foi retido, parece que não se fazem
retenções no 3º ano. É considerado um ano de transição. Portanto tomei a
decisão errada ao não concordar com a sua retenção no 2º ano. O João transita
para o 4º ano, sem saber ler nem escrever. Como é possível uma criança se
encontrar no 4º ano sem saber ler nem escrever. Como se justifica este desfasamento
se este menino não se encontra sinalizado com o CEI? Para salvaguardar, vem uma
nota na sua avaliação que o encarregado de educação se recusou DESDE o 2º ano a
sua retenção. E o 3º ano? Não se fazem retenções? Mas claro, sou somente uma
mãe que levanta problemas e não aceita o que é proposto, sendo passada para mim
toda a responsabilidade desta situação. Afinal a minha experiência neste assunto
são somente 9 anos, de convívio com o meu filho! O que é isso comparado com a
experiência de alguém especializado nesta área há 20 anos? Na verdade, pensei
que independentemente dos anos de experiência, cada caso é um caso e que todos
são diferentes. Como ando enganada e errada!
Com este post posso estar a ferir suscetibilidades… não é
essa a minha intenção.
Só gostava de encontrar respostas, não de uma forma
legislativa, mas de uma forma humana!
Sinto-me encostada à parede…
Solução?
Sinalizar o João com o CEI… transitar todos os anos e ser
mais um… mais um menino que no fim receberá o seu Certificado de frequência e
não o seu Certificado de Habilitações.
No 5º ano os professores não se vão dar ao trabalho de fazer
um programa especial para o João. Darem-se ao trabalho de adaptar os seus
testes às suas capacidades cognitivas.
Tento informar-me ao máximo sobre como tudo isto funciona,
que me mostre a luz ao fundo do túnel, que não me permita arrepender de uma
decisão tomada que afetará todo o seu futuro. Mas continuo uma leiga no assunto
e questiono tidas as minhas decisões tomadas até hoje.
Como posso conseguir que o João aprenda a ler e a escrever
com autonomia, durante o período de férias escolares? Sei que não é só isso,
mas… é um passo…
SINTO-ME ENCURRALADA!
É esta a solução para o João?
As lágrimas persistem em cair! Tento segurá-las e ser forte
para sorrir. Mas elas caem porque o meu coração não aguenta mais chorar!
Li um caso na net:
“-(…) existem cursos práticos (ex: serviço de mesa,
atendimento telefónico, jardinagem e espaços verdes...), penso que pode ser uma
boa solução a inclusão destes alunos (…)”
O João não se identifica em nenhuma destas áreas práticas?!
E fotografia? E dança? E como são estas saídas a nível profissional com somente
um Certificado de Frequência?
Sinto um desespero que aperta o meu coração, encurralada…
com uma faca espetada nas costas… SINTO-ME TRAÍDA!
“-Mamã Sofia, não desistas! Mesmo que pareça que não há mais
nada a fazer… a todo o momento tudo pode mudar para quem não desiste!!! Quando
se fecha uma porta, há sempre uma janela que se abre…”
Mas a verdade é que o tempo passa e á cada vez mais curto!
Seremos NÓS mais fortes que o tempo?
23 comentários:
Boa noite
Compreendo todas as suas angústias! De facto, a escola e os professores, na generalidade, ainda não estão suficientemente preparados e sensibilizados para atender a diversidade e aplicar uma pedagogia diferenciada.
Não vou tecer considerações sobre o caso relatado. Antes de se tomar a medida de CEI, devem ser esgotadas todas as restantes.
Por vezes, a retenção é uma verdadeira medida educativa, pois possibilita a consolidação ou o desenvolvimento de conteúdos ainda não adquiridos.
As angústias que a assolam também são partilhadas por muitos dos profissionais da educação que lidam mais diretamente com alunos com NEE. As soluções vão-se construindo, procurando, descobrindo... tendo sempre como orientação o "superior interesse" da criança ou jovem.
Força Mamã Sofia e siga o seu instinto. Já agora deixo-lhe um post que uma mãe publicou no Facebook sobre a questão do CEI:
"Aqui seque uma história, sobre inclusão, ou digamos exclusão, que todos deveriamos estar atentos. Desculpem não mencionar nomes. Aqui seque:
Vou chamar a uma criança António, mas podia ser Francisco, joão, Joana, madalena, afonso.....
Tenho uma mãe amiga que tem dois filhos diagnosticados dentro do Espectro. Aquando o diagnóstico, com um acidente de um deles pelo meio, o mundo ruiu, e todos nós percebemos o desespero quando falamos do nosso diagnóstico, imaginemos a multiplicar por dois. A minha amiga teve de confiar nos médicos, nos técnicos, e nos professores de ensino especial., como seria suposto! Nenhum pai deveria de ter de saber de leis, nenhum pai pensa que os outros não pensam no futuro dos filhos, nenhum pai pensa que existem pessoas que colocam em risco o futuro dos nossos filhos.
A frase que muitos me criticam de ter, adequa-se a este caso de forma exemplar. “Nunca devemos limitar o potencial dos nossos filhos”….”Nunca podemos dizer o que eles não podem fazer”. Pois bem, este miudo tem surpreendido muito e superado muitas das previsões de todos os que trabalharam com ele.
Este miudo tem superado muitas coisas, limitações, e evoluído como ninguém! Continua com as normais dificuldades sociais mas a nível académico surpreendeu todos!
Para explicitar, já aqui, postei várias o manual do decreto lei 3/2008. Mas de facto o manual não explicita as consequências que algumas medidas podem ter na vida dos nossos filhos.
Dentro do PEI, existe uma medida muito perigosa e que limita o futuro dos nossos filhos de forma grave, podendo se tornar criminosa, como é o caso.
Estes senhores que tanto percebem de intervenção, de intervenção e de diagnósticos decidiram que o António não teria capacidades para fazer muitas coisas, e então conjuntamente elaboraram um PEI, com a tal alínea perigosa, colocaram o António com a alínea e). Essa alínea tem um nome pomposo “Curriculum Especifico Individual”, parece uma coisa boa, uma medida fantástica. Ops, nãaaaaaaaaaooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!! Em muitos casos e na maioria deles, é a morte do artista. Esta medida em muitos casos, e conforme as unidades, coloca apenas obrigações aos professores de ensino especial de babysitting (e por isso muitas criticas a muitos de efectuarem guetos das mesmas.), tendo em conta esse curriculum, os professores podem até nunca terem de tentar ensinar a ler aos nossos filhos , ou então limitarem o curriculum comum, como foi o caso..mas adiante.
Esta criança mostrou-se um aluno exemplar, excelente, foi passando de ano, e até faziam o “favor” de o integrar na turma regular. Massssssssssssssss…..mas………………..coitadinho!!! Achavam que ele não devia ter matemática. Ninguém, ano após ano, apostou nele, e fingiam fazer um trabalho fantástico!!!! Ninguém propôs alterar o CEI….. e ano foi passando atrás de ano!
Este ano, uma professora, resolveu experimentar e deu-lhe um teste de Geografia igual aos seus colegas….resultado??????????????????????? 100% o único da Turma! Mas coitadinho deste miudo, não tinha jeito para matemática!(diziam eles)
A mãe Leoa, a quem sai seus filhos guerreiros, colocou-o em explicações individuais de Matemática! O miúdo, o raio do miúdo, em poucos meses, recupera a matéria toda até sexto ano!!! A Explicadora, professora do secundário, diz-lhe : Quem me dera que a maioria dos meus alunos tivessem o raciocínio do António!Mas ele não pode frequentar matemática, porque decidiram que ele não ia conseguir e nunca se deram ao trabalho de alterar o seu PEI.
Agora esta mãe acordou…e percebeu que metade do mundo a andou a enganar, e a matar o futuro do seu filho. Contestou, vai levar o caso até às últimas circunstâncias para que seu filho, que ninguém acreditava, tenha a oportunidade de ser o que ele quiser.
Pois bem….mas porque não seria? Pois, um CEI corresponde a que os nossos filhos não tenham escolaridade, são apenas portadores de frequência, não podem ir para a faculdade, até os cursos profissionais não tem a mesma certificação, nem a carta de condução podem tirar, nem votar!!!!! Criminoso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Esta mãe, neste último mês, tem andado desesperada, tem pedido avaliações a psicólogos, professores particulares, etc… O filhote é somente fantástico!!!!!!!!!!!! Tem um QI acima da média, é aplicado, é amazing!!!!!!!!!! Isto é um crime!!!!!! Andaram a matar o futuro dele!!!! O que seria esta mãe, que ainda anda em guerra desgastante, e a querem limitar e fazer calar, se ela não tivesse dado conta????? Matadores de sonhos!.....inclusão madrasta! Exclusão da vida que se sonha!"
Acho sinceramente perigoso aplicar medidas destas tão cedo a uma criança com apenas 9 anos...
Um beijinho e limpe as lágrimas que as coisas vão de certo melhorar. Tenho assistido à evolução do seu filho, fruto sem dúvida da sua persistência e é simplesmente fantástica. Não se esqueça de todas as conquistas que ele tem feito.
Siga com o CEI até ao 6 ano atrasando-o para acabar com 14 e nessa altura opta por um desses profissionais, levantando o CEI. No entretanto é ir trabalhando muito para que aprenda o mais possível,exija trabalho da escola e. .. sim, não é fácil
Siga com o CEI até ao 6 ano atrasando-o para acabar com 14 e nessa altura opta por um desses profissionais, levantando o CEI. No entretanto é ir trabalhando muito para que aprenda o mais possível,exija trabalho da escola e. .. sim, não é fácil
Boa tarde
Relativamente à questão da carta de condução, é exigido que o candidato saiba ler e escrever e possua aptidão física, mental e psicológica (ver artigo 126º do Código da Estrada). Não é exigida qualquer grau de escolaridade.
Relembro que, no contexto atual, os alunos têm de frequentar o sistema educativo até ao 12º ano ou atingirem a idade dos 18 anos. Assim, não parece ser possível a transferência para cursos de formação profissional especial antes da idade dos 18 anos.
No entanto, penso que o diploma aprovado em conselho de ministros e a aguardar promulgação e publicação introduzirá alterações nesta matéria.
Agradeço todos os comentários e opiniões expressas neste post. Especialmente os esclarecimentos. A angustia mantém-se assim como muitas duvidas... mas é uma luz! :) Muito obrigada a todos!
amã Sofia
O problema da carta de condução tem haver unicamente e exclusivamente pelas aptidões mentais e físicas .... Com um CEI não é linear ....
Mamã Sofia, força nas suas decisões !!!! Um CEI deverá ser a ultima das adaptações e só após tudo ter falhado!!! O PEI sem a alínea e) tem imensas possibilidades e adaptações adequadas às nossas crianças! Quanto a mim, estou de acordo com a sua solução a 100% e acho que é a opinião com mais bom senso! Apesar do CEI poder ser revertido (com dificuldade digamos a verdade) até ao 6 ano, o que acontece é que por exemplo o aluno não tem obrigatoriamente de ir à turma, nem pode ficar retido!!! Ninguém pode saber o futuro, ninguém ter o poder de dizer se por exemplo uma retenção não faria acompanhar melhor as matérias de curriculum comum... Ninguém devia fazer previsões do futuro !!!!!
É assustador algumas equipas que existem em algumas unidades (obvio que existem algumas fantásticas).... Mas conheço uma que além de vender os CEIS aos pais como a melhor coisa do mundo, não explicitarem suas implicações , ainda chantageiam, ainda afirmam que um miúdo que não fala não sabe contar (disparates) e valorizam-se por afirmarem que não mais aceitam miúdos na unidade sem Ceis ( miúdos de 6 anos) .... Disparates atras de disparates.... Como fizeram ao miúdo da história em cima, que a mãe ainda anda em queixas atras de queixas a todo o lado porque não lhe resolvem o problema :)
Muita força mamã Sofia!!!!!
O problema da carta de condução tem haver unicamente e exclusivamente pelas aptidões mentais e físicas .... Com um CEI não é linear ....
Mamã Sofia, força nas suas decisões !!!! Um CEI deverá ser a ultima das adaptações e só após tudo ter falhado!!! O PEI sem a alínea e) tem imensas possibilidades e adaptações adequadas às nossas crianças! Quanto a mim, estou de acordo com a sua solução a 100% e acho que é a opinião com mais bom senso! Apesar do CEI poder ser revertido (com dificuldade digamos a verdade) até ao 6 ano, o que acontece é que por exemplo o aluno não tem obrigatoriamente de ir à turma, nem pode ficar retido!!! Ninguém pode saber o futuro, ninguém ter o poder de dizer se por exemplo uma retenção não faria acompanhar melhor as matérias de curriculum comum... Ninguém devia fazer previsões do futuro !!!!!
É assustador algumas equipas que existem em algumas unidades (obvio que existem algumas fantásticas).... Mas conheço uma que além de vender os CEIS aos pais como a melhor coisa do mundo, não explicitarem suas implicações , ainda chantageiam, ainda afirmam que um miúdo que não fala não sabe contar (disparates) e valorizam-se por afirmarem que não mais aceitam miúdos na unidade sem Ceis ( miúdos de 6 anos) .... Disparates atras de disparates.... Como fizeram ao miúdo da história em cima, que a mãe ainda anda em queixas atras de queixas a todo o lado porque não lhe resolvem o problema :)
Muita força mamã Sofia!!!!!
Olá Sofia
Entrei em contacto com o CEI este ano também, porque surgiu em conversa com a psicologa da escola.
No colégio que o Guilherme frequenta um menino com trissomia 21 está ao abrigo do CEI, mas é um caso muito complicado e diferente e nesse caso específico o que se pretende é dotar o menino de funcionabilidade e independência.
A única coisa que me lembrei é que se quiseres posso dar-te o contacto da psicologa do colégio e que avaliou o Guilherme recentemente, para falares com ela e tentar perceber quais são as opções que podes ter e qual o melhor caminho a percorrer.
Eu gosto muito dela e do trabalho que tem desenvolvido e confio na sua opinião, pelo que se precisares é só dizeres.
Beijinhos grandes
Bom dia
No 3º ano fazem-se retenções, é só os profs quererem.
Na escola do meu filho existe um menino que ficou retido este ano (3º ano) e não é aluno com NEE.
Se precisar de ver online isto que lhe digo, basta que me responda ao post e eu digo-lhe o site da escola.
Força, defenda os direitos do João, não esmoreça!
Olá Sofia,
Eu conheço um menino que não tem NEE e ficou retido no 3º ano.
Na escola do Francisco estava uma menina com 12 anos a frequentar o 4º ano. Se existem casos sem NEE que prolongam a frequencia no 1º ciclo o João também pode.
Fico banzada com isto. Que falta de respeito.
Não desista Sofia. Não a conheço mas estou aqui para o que precisar.
Bjinhos e muita força!!!
Ângela Pimenta
Achando todos os comentários de grande importância, decidi comentar um a um:
João Adelino Santos:
* Pouco consigo acrescentar ao que escreve. Como já disse, é uma decisão prematura, sem de fato não termos esgotados todas as outras! E não é só no caso do J. Aplica-se a todas as crianças. Enquanto o J. demonstrar evolução e aquisição de novos conhecimentos, não poderei dar aceitar esta sinalização que influencia e limita o J. no seu percurso futuro.
Sei que as dificuldades por parte dos profissionais são bastantes: desde os conhecimentos, os recursos e as pressões; mas estas crianças não podem ser só um número! Temos de ter um olhar humano. Não escrevo só como mãe, pois consigo olhar para o J. não só como meu filho, mas também como um ser humano individual.
Aguardo o tão esperado ‘… diploma aprovado em conselho de ministros e a aguardar promulgação e publicação introduzirá alterações nesta matéria…’; mas até lá, e mesmo depois disso, só depois de ver todas as hipóteses esgotadas, no tempo do J. (e não do estipulado pela sociedade).
Rainbow Mum:
* A ‘sua’ história vem reforçar aquilo que escrevo e defendo. E volto a citar a sua frase: “Nunca devemos limitar o potencial dos nossos filhos”….”Nunca podemos dizer o que eles não podem fazer”.
O caso do J. é um pouco diferente. A nível social não está nada comprometedor, mas com um atraso no desenvolvimento a nível cognitivo. Portanto, a nível académico tem sido difícil defender a minha posição. Mas ele continua a surpreender todos com a sua capacidade de adquirir os seus conhecimentos. Mas com o seu tempo, e não com o tempo que a sociedade estipulou! E é aqui que entra a minha revolta e continua a minha luta. Concordo quando diz: ‘coloca apenas obrigações aos professores de ensino especial de babysitting’ – é a mesma ideia que eu tenho e por isso constato tantas crianças sinalizadas com o CEI precocemente.
Fico indignada, como se pode limitar o futuro de uma criança porque não tem jeito para matemática?
É como quando me passam a informação de uma forma muito preocupante: o J. não gosta da escola?
E eu respondo: E..??? Quantas crianças não gostam de ir á escola? Será ele diferente por não gostar de ir à escola, ou mais inteligente porque sabe o que ‘é bom’? Gosta mais de brincar! Então? Eu também gosto mais dos fins de semana, quando não trabalho!
É mais fácil o rótulo…
Mas grave, é sinalizarem as crianças com o CEI sem explicarem aos pais as consequências que isso traz para o futuro. Muitos pais não têm consciência do que estão a fazer, pensando que estão a fazer o melhor para eles. Em qualquer criança, acho demasiado precoce a sinalização.
Dá trabalho trabalhar estas crianças, é verdade! Mas é a sua obrigação! Independentemente dos recursos, das frustrações por causas das medidas austeras do Governo, mas estas crianças não têm culpa de estar inseridas numa sociedade pré-formatada! … e é aqui que entramos nós PAIS. Chamem-me conflituosa, só levanto barreiras e problemas. Eu vejo as coisas de outra forma: luto e defendo os direitos do J. como individuo, como pessoa, como ser humano igual aos outros, com os mesmos direitos; derruba barreira para o J. pode passar e transformo os problemas dos outros em oportunidades para o J.
(continua) ...
(...)
Anónimo:
* Mais uma pessoa que entendeu o que escrevi.
Defendo o que diz: “Um CEI deverá ser a ultima das adaptações e só após tudo ter falhado!!!”
ClaudiaMG:
* Mesmo em crianças com Trissomia 21, acho demasiado prematuro, a idade em que são sinalizados. Efetivamente, só raras exceções isso deveria acontecer.
O J. está a ser muito bem acompanhado pelo médica de desenvolvimento e neuropediatra. Mas independentemente disso, eu sou mãe e existem coisas que num consultório não se vê. Por vezes até mesmo na escola, mesmo passando tantas horas com estas pessoas, efetivamente existem coisas que só em casa se constatam. E é isso que tem de ser trabalhado. Sempre estive disponível para ajudar, para fazer reforço e vou continuar com a mesma (ou mais ainda) para colaborar com a escola e com as pessoas que trabalham com o J.; mas jamais num caminho chamado CEI, mas sim num caminho de aquisição de conhecimentos adaptados à sua realidade e capacidades. Leve o tempo que levar, dando o trabalho que der.
Um abraço muito forte Claudia
Gaguinha:
*Claro que se fazem retenções no 3º ano. Como não fui 100% a favor da retenção no 2º ano (algo que sendo feita, teria de ser muito bem discutida, mas como não foi um SIM convicto da minha parte; acabou por ser um assunto encerrado e não se falar, acabando por não ser feita a retenção) - a retaliação é algo muito feio. Mas estamos aqui para trabalhar e lutar! E é isso que pretendo fazer em conjunto a educadora de ensino especial, independentemente dos pontos de vista diferentes.
Quantas crianças ficam retidas no 3º ano, independentemente de serem alunos com NEE… e quantas crianças chumbam (ainda se usa este termo??) no secundário?
Vamos ver como corre o próximo ano letivo, mas com toda a certeza estarei mais atenta!
Ângela Pimenta:
Este ano letivo passou… o próximo o J. será retido se assim tiver que ser (muito provável!) e sem grandes dramas! CEI é que não… Se o atraso no desenvolvimento do J. for 3 anos (exemplificativo); quando tiver 23 anos, poderá ter uma equivalência de 20 anos. Que moral tenho eu, ou a nossa sociedade, para dizer ao J. que não pode votar, tirar um curso de fotografia, de dança, o que ele escolher (!!!!); porque foi sinalizado com o CEI quando tinha 9 anos (porque na altura a sua idade mental era referente a uma criança de 6 anos e não correspondia aos padrões temporais que a sociedade estipulou e estragava a estatística ??)
Agradeço todos os comentários. Se não tinha dúvidas da minha decisão, após ler alguns post, fiquei com mais certezas.
Obrigada,
Mamã Sofia
Coragem! Então? Não vai desanimar agora... sou porfessora de educação especial mas destacada numa CERCI. No entanto, sou mãe, sou humana e acompanho este blog há muito tempo... um CEI não significa "o fim" se ele continuar a ter preofessores que acreditam nas suas capacidades e se esforçarem por ajudar o seu filho a descobrir um despiste vocacional! Mais tarde poderá incluí-lo num curso que ele goste... coragem e nunca deixe de lutar e de estar atenta! beijinho grande "Mãe Coragem"
E.S.
Olá Mamãe Sofia, me chamo Adriana, sou mãe do Victor 9 anos, autista e falo aqui do Brasil. Há exatos 4 anos conheci seu blog e desde então você, suas atitudes, idéias me inspiraram e me motivaram a fazer algo pelo meu filho além dos tratamentos reconhecidos pela área médica, mas algo que se chama dedicação, criatividade, persistência e força em tempo integral, gostaria de relatar que vi em você a minha "salvação". Hoje o Victor esta na escola regular,2ºano, batalhamos muito sua inclusão com materiais adaptáveis e reforço que fazemos (eu e meu marido) do que ele aprende na escola, em casa...quando li seu relato pensei, nossa isso é uma "rasteira da vida" e na verdade me vi sentada no chão daqui alguns anos, recebendo o mesmo tombo...por fim concluo que estamos fazendo o certo, dando a oportunidade de conhecerem o mundo como ele é...não faço idéia se no futuro o Victor não poderá mais estar na escola regular e deverá seguir para uma escola especial, mas sei que cada momento dele na escola hoje, serão pontos positivos na vida dele amanhã! Essa força é a que vale e essa força será a que valeu!
Esteja bem, saúde a você, João e família.
Parabéns por tudo e obrigada por partilhar seu ombro amigo.
Olá Mamã Sofia!
Compreendo a sua tristeza e mesmo mágoa. Mas temos de viver com o que temos. Sem deixar de sermos participativos e exigentes no processo educativo dos nossos filhos. Conhece o seu filho como ninguém mas importaria ouvir outras opiniões que conheçam bem o processso regulado pela Portaria n.º 275-A/2012, publicada em suplemento do Diário da Republica, que regula o ensino de alunos com currículo específico individual(CEI). E que tem conhecimento de outros casos de portadores de espectro de autismo integrados nas escolas. por isso sugiro que contacte o Fernando Miguel Azevedo, presidente da APEE - Associação de Pais e Encarregados de educação de Alunos com Perturbação do espectro do Autismo.
Tenho uma visão muito pessoal que por ora resguardo deixando-lhe o contacto do Fernando Azevedo:
fernando.ms.azevedo@gmail.com
O meu endereço de correio electrónico mais usual é o seguinte:
mr1960@sapo.pt
Beijinhos e ao dispor
Dois anos depois... li o seu texto.
Começo por lhe dizer que sou professor. E sou pai!
Como pai, agradeço-lhe a sua postura e a sua luta. Como professor... também!
Como teríamos uma escola diferente se todos os pais fizessem o que faz (espero, sinceramente, que não tenha quebrado!).
Que mais lhe posso dizer?? Lute, lute... Os nossos alunos precisam de quem lute por eles (sim, eu sei como a Escola, tantas vezes, a mioria das vezes, sacode a água do capote!).
Tudo aquilo que escreve é tão a nossa realidade, que até dói!
Força! Continue!
Abraços para si e para o João!
Dois anos depois... li o seu texto.
Começo por lhe dizer que sou professor. E sou pai!
Como pai, agradeço-lhe a sua postura e a sua luta. Como professor... também!
Como teríamos uma escola diferente se todos os pais fizessem o que faz (espero, sinceramente, que não tenha quebrado!).
Que mais lhe posso dizer?? Lute, lute... Os nossos alunos precisam de quem lute por eles (sim, eu sei como a Escola, tantas vezes, a mioria das vezes, sacode a água do capote!).
Tudo aquilo que escreve é tão a nossa realidade, que até dói!
Força! Continue!
Abraços para si e para o João!
OláJosé Luís de Matos,
fez-me chorar com o seu comentário!
Talvez porque esteja muito sensivel, ou somente muito cansada!
Não desisti e continuo com a luta!
Tem sido muito dificil... talvez daí as lágrimas...
Mas muito obrigada!
Sei que o papel de professor não é fácil, pois as condições que por vezes têm não são as melhores... mas é como em todo o lado!
Eu não tenho as melhores condições de trabalho (não sou professora), mas dou o meu melhor e acima de tudo, sou profissional.
Brevemente darei noticias sobre como correu este ano letivo :)
Foi um ano dificil, de mudanças, nada fácil, e vejo uma viagem nos próximos 2 anos com uma luz muito negra.
Mas não baixo os braços! isso não :)
Muito muito obrigada por este comentário..
Boa tarde!
Acordei hoje para o CEI! A minha filha está completamente encostada e passa o dia a brincar, apesar de ela própria pedir à professora para trabalhar!
Estou muito triste, mãe, as nossas vidas não são fáceis mas não há porque desistir.
Na altura em que a professora de EE me sugeriu o CEI como sendo o melhor, porque permitiria à li desenvolver as suas capacidades ao seu ritmo (afinal era mais ter capacidades que são desvalorizadas e desaproveitadas!!!), foi-me assegurado que a medida era reversível e a qualquer momento poderia optar por a retirar do enquadramento do CEI.
Fui enganada???
É irreversível?
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