Se num adulto, as emoções produzem determinados choques, nas crianças essas perturbações assumem um carácter muito mais sério.
Por natureza, por ser criança, as crianças encontram-se num período de instabilidade, devido ao seu crescimento, vive num desequilíbrio contínuo – por isso conseguimos ver uma criança passar do choro ao riso com uma facilidade enorme. Passar de uma actividade para outra com grande rapidez.
Se a vida familiar e emocional da criança não for positiva, não ser estável, a criança está sujeita e mais exposta aos choques emocionais que um adulto. Não dispõe de energia física, não possui resistência para suportar o aparecimento das emoções! Isto é grave, pois para além da gravidade da crise emocional, com tudo o que de mal trás sobre a vida infantil, é importante não esquecer que uma criança é desprovida de algo que podemos chamar de “clareza da inteligência”.
O adulto, ao sofrer um choque de emoção, procura conhecer a situação, e assim conseguir restabelecer o equilíbrio perturbado. A criança, não dispõe de compreensão suficiente para se orientar. Por isso o choque pode prolongar-se, através da sua hesitação, do seu medo, da sua desordem física e mental que a emoção produziu.
A variação da emoções podem ser de acontecimentos bons ou maus. Acontecimentos esses que podem ser de vários factores: responsabilidades em excesso, separação dos pais, mudança de escola, educação confusa por parte dos pais...
A forma como elas são encaradas e superadas, também dependem da personalidade de cada criança, mas nunca esquecendo que são crianças!
Se o choque de emoções for muito forte, se prolongar-se por um período muito longo, problemas sérios de saúde podem acontecer. Já para não falar de todos os efeitos secundários que isso pode trazer na sua personalidade como individuo: a timidez que leva a sérias dificuldades de adaptação, o sentimento de desamparo que pode originar agressividade reprimida, o desejo de agradar a todos, medo de não ter sucesso, levando a ser negativista em tudo aquilo que faz.
Tendo tudo isto em conta, é inevitável que as probabilidades de se tornar um adulto frustado e perturbado é maior, e por isso é importante preservar a saúde e bem estar das nossas crianças, nesta fase da vida. Fase esta que é única.
Para além de entender é assim tão difícil RESPEITAR?
1 comentário:
Respeitar para quem tem algum entendimento e um coração é natural.
No caso do JP, eu prefiro uma grande frustração hoje como menino, que crescer e não saber lidar com elas...mas julgo que no autismo não é assim que se lida, mas ainda não consegui perceber muito bem.
QQ das maneiras nao é tarefa fácil. Nada fácil para um mãe ensinar a lidar com sentimentos que também nos ferem...tb nos frustam e que se calhar, afinal nem nós tempos uma relação pacífica com a frustração !
Engraçado teres tomado tanto gosto pela psicologia. A mim aconteceu-me o mesmo, mas não tenho a certeza se só pelo facto do JP ser especial.
A psicologia é fantástica. As crianças têm um poder incrível. Nós crescemos e tornamo-nos socialmente aceites...seguimos o curso da vida. Mas o que tinhamos quando eramos criança, a falta de noção de tempo, a persistência, a vontade e a inocência sobre os nossos limites....vão-se. Tantas características que nos ajudam a crescer se perdem....
Enfim...é a lei da vida e resta-nos saber observar e deliciarmo-nos.
Bjs
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