sexta-feira, 14 de agosto de 2009

EMOÇÕES


Será assim tão difícil entender que as emoções num adulto são diferentes das emoções numa criança?

E aqui nem faço distinção de crianças com "diferenças"!

Se num adulto, as emoções produzem determinados choques, nas crianças essas perturbações assumem um carácter muito mais sério.

Por natureza, por ser criança, as crianças encontram-se num período de instabilidade, devido ao seu crescimento, vive num desequilíbrio contínuo – por isso conseguimos ver uma criança passar do choro ao riso com uma facilidade enorme. Passar de uma actividade para outra com grande rapidez.

Se a vida familiar e emocional da criança não for positiva, não ser estável, a criança está sujeita e mais exposta aos choques emocionais que um adulto. Não dispõe de energia física, não possui resistência para suportar o aparecimento das emoções! Isto é grave, pois para além da gravidade da crise emocional, com tudo o que de mal trás sobre a vida infantil, é importante não esquecer que uma criança é desprovida de algo que podemos chamar de “clareza da inteligência”.

O adulto, ao sofrer um choque de emoção, procura conhecer a situação, e assim conseguir restabelecer o equilíbrio perturbado. A criança, não dispõe de compreensão suficiente para se orientar. Por isso o choque pode prolongar-se, através da sua hesitação, do seu medo, da sua desordem física e mental que a emoção produziu.

A variação da emoções podem ser de acontecimentos bons ou maus. Acontecimentos esses que podem ser de vários factores: responsabilidades em excesso, separação dos pais, mudança de escola, educação confusa por parte dos pais...

A forma como elas são encaradas e superadas, também dependem da personalidade de cada criança, mas nunca esquecendo que são crianças!

Se o choque de emoções for muito forte, se prolongar-se por um período muito longo, problemas sérios de saúde podem acontecer. Já para não falar de todos os efeitos secundários que isso pode trazer na sua personalidade como individuo: a timidez que leva a sérias dificuldades de adaptação, o sentimento de desamparo que pode originar agressividade reprimida, o desejo de agradar a todos, medo de não ter sucesso, levando a ser negativista em tudo aquilo que faz.

Tendo tudo isto em conta, é inevitável que as probabilidades de se tornar um adulto frustado e perturbado é maior, e por isso é importante preservar a saúde e bem estar das nossas crianças, nesta fase da vida. Fase esta que é única.

Para além de entender é assim tão difícil RESPEITAR?


1 comentário:

Grilinha disse...

Respeitar para quem tem algum entendimento e um coração é natural.

No caso do JP, eu prefiro uma grande frustração hoje como menino, que crescer e não saber lidar com elas...mas julgo que no autismo não é assim que se lida, mas ainda não consegui perceber muito bem.

QQ das maneiras nao é tarefa fácil. Nada fácil para um mãe ensinar a lidar com sentimentos que também nos ferem...tb nos frustam e que se calhar, afinal nem nós tempos uma relação pacífica com a frustração !

Engraçado teres tomado tanto gosto pela psicologia. A mim aconteceu-me o mesmo, mas não tenho a certeza se só pelo facto do JP ser especial.

A psicologia é fantástica. As crianças têm um poder incrível. Nós crescemos e tornamo-nos socialmente aceites...seguimos o curso da vida. Mas o que tinhamos quando eramos criança, a falta de noção de tempo, a persistência, a vontade e a inocência sobre os nossos limites....vão-se. Tantas características que nos ajudam a crescer se perdem....
Enfim...é a lei da vida e resta-nos saber observar e deliciarmo-nos.

Bjs